Oi gente!
Para acessar o caso completo clique na figura abaixo:
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYBjJt2b_vSw66givNvwmBYy7p8OdpANhcd7OoRfQXxTtvkAt_loF5c5FcRKZ4klaWbI6eJfD_d7YWvOeGZi0W9Wd-ShiE5_jMBfC6jY-QmZkYJbjZqeG1jmfNi6yCKGf2peZXEuIpc9q4/s1600/gato+gordo.jpg)
A lipidose hepática é a hepatopatia mais comum em felinos, caracterizada pelo acúmulo de triglicerídeos no órgão e, assim, colestase e disfunção dos hepatócitos. Esta ocorre quando o excesso de lipídios é mobilizado paro o fígado devido à inanição e o número de lipídios que se movimentam em direção ao fígado se torna superior ao número de lipídios que deixam o fígado. Fatores predisponentes são: obesidade, fatores estressantes e anorexia prolongada.
Pode ser primária, ocorrendo geralmente em gatos obesos e estressados, como por exemplo: mudança brusca da alimentação, viagem de proprietários, introdução de um novo animal na casa, dentre outros.
Poderá também ser secundária a outras doenças como diabetes mellitus, pancreatite, doença inflamatória intestinal e colangio-hepatite. Os sinais e achados clínicos consistem em anorexia, emagrecimento progressivo, depressão e hepatomegalia acompanhada de aumentos dos níveis séricos das enzimas hepáticas e bilirrubinas.
O diagnóstico pode ser realizado pela avaliação clínica e laboratorial e pelo diagnóstico por imagem, em conjunto com biópsia hepática. O tratamento de escolha consiste na estabilização do quadro clínico,já que geralmente os animais encontram-se muito debilitados e alimentação apropriada, com nutrientes de fácil digestão e absorção, evitando sobrecarga do fígado.A taxa de mortalidade é de 90% nos gatos que não são tratados com terapia nutricional agressiva e adequada.
Para maiores informações:
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08/06/12
Olá pessoal!
Encontrei um relato de caso da UFRGS. Como a patologia em questão gerou algumas dúvidas no dia da resolução dos exercícios antes da prova achei legal colocar no blog.
Para acessar o relato completo: http://www6.ufrgs.br/bioquimica/casoclin/2011106.pdf
O desvio portossistêmico congênito se caracteriza por comunicações vasculares entre o sistema venoso portal e o sistêmico. Assim, o sangue portal atinge a circulação sanguínea sem antes ocorrer sua passagem pelo fígado. Dessa maneira, como uma das funções do fígado consiste em captar, transformar e eliminar substâncias tóxicas, alguns dos sinais clínicos prováveis serão caracterizados por encefalopatia hepática, que consistem em alteração do estado mental e disfunção neurológica. A principal substância envolvida nesse processo é a amônia pois, uma vez que haja hepatopatia ou alteração funcional do órgão, este não será capaz de reverter a amônia em uréia. Sendo assim, já que a amônia é uma substância tóxica e encontra-se aumentada no sangue, esta e outras substâncias serão expostas ao córtex cerebral e desencadearão alterações neurológicas importantes.
Animais com desvio portossistêmico congênito geralmente apresentam os sinais clínicos até 1 ano de idade, podendo haver variações. A primeira consequência será a redução hepática progressiva devido à diminuição do aporte sanguíneo para o órgão. Sinais clínicos podem ser caracterizados por: bradicardia, emagrecimento progressivo, febre, intolerância a anestésicos e tranquilizantes, disfunção neurológica como letargia, depressão, apatia, ataxia, debilidade, andar em círculos, cegueira, convulsões e coma.
http://www.revista.inf.br/veterinaria11/revisao/edic-vi-n11-RL87.pdf
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05/06/12
"Foi encaminhado ao Hospital Veterinário FAMED/FAEF um cão da raça Akita, sexo feminino, 12 anos de idade ,apresentando
prostração e choque. De acordo com o responsável pelo setor o animal se encontrava em decúbito lateral e apresentava exaustão
muscular e apatia. Ao exame físico observou-se aumento abdominal, dispnéia,
percussão abdominal com som timpânico e mucosas hipocoradas"
Referência: RIBEIRO,L. et al. SÍNDROME DA DILATAÇÃO VÓLVULO GÁSTRICA EM CÃES –
RELATO DE CASO. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, ano VIII, n.15, 2010.
Diagnóstico:
"O diagnóstico definitivo foi realizado através de exame
complementar com raio-X abdominal em projeção latero-lateral esquerdo. Neste
foram encontrados achados sugestivos clássicos de dilatação vólvulo gástrica como distensão excessiva do estômago, caracterizado
por área interna radioluscente mais compartimentação por tecido mole". É
importante lembrar que tal procedimento deve ser realizado após estabilização
do quadro clínico do animal. Juntamente com o raio-X também foi solicitado hemograma. Os principais achados foram
número de plaquetas 30.000/ul e presença de neutrófilos com granulações tóxicas
e macroplaquetas.
Tratamento:
"Diante a constatação da patologia o primeiro procedimento
realizado foi a descompressão do estômago por intubação orogástrica para
remover gases e fluido. Foi instituído juntamente com a descompressão, fluidoterapia com
cristaloides e terapia com corticoides (hidrocortisona na dose de 50 mg/kg) e
antibioticoterapia (metronidazol na dose de 25mg/kg).
Terminado os procedimentos de emergência o animal foi encaminhamento à cirurgia. Durante a cirurgia, após o reposicionamento anatômico do
estômago e estruturas adjacentes, foi possível verificar as
condições clínicas destas".
A síndrome da dilatação vôlvulo-gástrica é caracterizada
pela distensão exagerada do estômago, podendo resultar em atonia gástrica devido
à sobrecarga de gases e líquido, o que pode gerar um quadro de rotação do órgão
em seu próprio eixo. Dependendo do grau de rotação existente, bem como do tempo
transcorrido até a detecção da patologia e o tratamento, o animal pode vir a
óbito.Afeta principalmente cães adultos de grande porte como Dogue Alemão, Pastor Alemão, Setter Irlandês, São Bernardo, Dobermann, Boxer, Sheepdog e Labrador Retriever) podendo haver alta taxa de mortalidade.
Os principais sinais clínicos da DVG são distensão abdominal
e timpanismo, náusea, ânsia de vômito não produtiva, depressão,
sialorréia, inquietação e angústia respiratória. O exame físico revela
distensão abdominal com som timpânico, achados indicativos de hipovolemia ou choque,
bradicardia, pulso femoral
fraco, menor tempo de preenchimento capilar, palidez de
mucosa e dispneia
As causas dessa síndrome incluem conformação corporal magra, ingestão rápida de grandes volumes de comida e água além de fornecimento de uma única refeição diária seguidos de exercício e estresse pós
prandiais e oferecimento de rações de má qualidade (secas e com muito material
fibroso).
O alimento presente no estômago, principalmente se em
grandes quantidades e armazenado no interior do órgão por período prolongado,
pode gerar alteração na digestão bacteriana e fermentação excessiva, causando
acúmulo de gases e/ou líquido. A rotação do estômago causa obstrução do fluxo
sanguíneo em maior ou menor grau o que contribui para o aumento do acúmulo de
líquidos no órgão além de causar diminuição do aporte sanguíneo e consequente
necrose tecidual, caracterizada por desvitalização do órgão. A progressiva distensão
gasosa gera compressão das veias cava caudal e veia porta, o que diminui o
fluxo venoso e o débito cardíaco, acarretando em hipotensão arterial e decréscimo na função renal, resultando em desidratação
aguda, septicemia bacteriana, choque circulatório, arritmias cardíacas, perfuração gástrica,
peritonite e morte.
Após a cirurgia, devido à Síndrome da reperfusão (quando ocorre a liberação de toxinas na corrente sanguínea após a descompressão e desobstrução de vasos) deverá
haver monitoração severa de arritmias
cardíacas, teores séricos de eletrólitos, proteína total e
produção de urina. A motilidade gastrointestinal deve ser estimulada e protetores de mucosa
devem ser administrados. Podem-se oferecer pequenas quantidades de água e alimentos
pobres em gorduras dentro de 24 a 48 horas e a fluidoterapia deve ser mantida
até total restabelecimento do consumo hídrico. O prognóstico é de razoável a bom quando não há indicação de gastrectomia
parcial ou esplenectomia.
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Olá pessoal, boa noite!
"Um cão macho, sem raça definida, 1 ano de idade com histórico de dificuldade respiratória, tosse após agitação e ao tossir vomitava. Animal se alimenta apenas de ração, era vermifugado e vacinado corretamente e não tinha acesso à rua. Ao exame físico todos os parâmetros estavam dentro da normalidade, e o reflexo de tosse foi positivo. Foi coletado sangue para hemograma, no qual não havia nenhuma alteração".
O caso foi basicamente o exposto acima. Sendo assim, o diagnóstico estabelecido pelos veterinários responsáveis foi "Tosse dos canis" ou traqueobronquite infecciosa canina.
Referência: Suzuki, E.Y.; Penha, G.A.; Salvarani, R.S. Traqueobronquite infeccciosa canina-relato de caso. Revista científica eletrônica de Medicina Veterinária, n.11, ano VI, 2008.
A doença em questão é uma enfermidade que acomete o trato respiratório de cães, sendo causada por múltiplos agentes como:
Vírus da parainfluenza canina (VPIC)
Adenovírus caninos dos tipos 1 e 2 (AVC-1 e AVC-2)
Herpesvírus canino
Reovírus caninos dos tipos 1, 2 e 3
Mycoplasma
É uma doença sazonal e altamente contagiosa, ocorrendo mais frequentemente em meses frios, que se dá por meio do contato direto ou indireto entre os cães, por meio de aerossóis e fômites, como gaiolas, comedouros, bebedouros, entre outros. Dessa maneira, torna-se muito mais frequente em locais onde há aglomeração de animais como exposições, feiras, abrigos para animais, pet shop e clínicas veterinárias.
O exame físico não apresenta nenhuma alteração digna de nota e a tosse pode ser facilmente induzida manipulando-se a traquéia.
Os sinais clínicos podem ocorrer em qualquer faixa etária e baseiam-se em duas formas principais:
1-Forma suave: É a forma mais comum e é caracterizada por início súbito e agudo da tosse, que é curta, contínua e seca, podendo apresentar-se mais frequentemente durante exercício físico ou excitação. Pode ocorrer descarga nasal serosa, suave e não há febre. Outras alterações comportamentais não são observadas.
2- Forma severa: A ocorrência dessa forma é mais difícil e é geralmente causada por infecção mista em cães jovens que não foram vacinados. Nesse caso, pode haver broncopneumonia bacteriana, o que agrava o quadro. Assim, a tosse passa a ser produtiva e são observados sinais de anorexia, depressão e febre.
Os sinais clínicos podem durar de 7 a 14 dias exceto em animais que apresentam a forma incomum e severa da doença. Este último caso pode ser fatal.
O diagnóstico clínico baseia-se na anamnese e sinais clínicos. Exames adicionais como hemograma, radiografias e citologias das vias aéreas revelam, geralmente, sinais inespecíficos.
O tratamento depende da forma da doença:
1-Forma suave – como esta forma é tipicamente autolimitante em 7 a 14 dias, geralmente não é preconizado nenhum tratamento específico.
2-Forma severa – como o envolvimento do trato respiratório inferior pode ser fatal, trate agressivamente quanto a broncopneumonia bacteriana e evite antitussígeno.
Assim, o tratamento pode ser realizado visando suprimir a irritação das vias aéreas e a tosse, caso ela seja improdutiva. Nesse caso, é recomendado o uso da codeína, presente na composição de muitos xaropes. Antibioticoterapia poderá ser realizada em casos severos ou na prevenção de infecção secundária como: Cloranfenicol, Tetraciclina e Amoxiciclina. Poderão ser utilizados broncodilatadores como terbutalina e aminofilina.
A prevenção pode ser feita por meio da vacinação. A vacinação contra a tosse dos canis está na lista de vacinas não essenciais, ou seja, é indicada para cães cuja localização, ambiente doméstico ou estilo de vida os coloca em risco de contrair infecções específicas. Assim, o procedimento é indicado para animais que vivem em meios aglomerados, que são levados frequentemente para pet shops ou que participam de feiras ou exposições. A vacinação intranasal induz imunidade local (pela produção de IgA) e sistêmica e não se verifica interferência com os anticorpos maternos, mas poderá haver ocorrência de reações adversas como tosse e secreção nasal alguns dias após a aplicação. A vacinação parenteral, apesar de só induzir imunidade sistêmica, não causa reações adversas. A vacinação contra a doença em questão induz proteção de mais curta duração (3 meses a 1 ano)
Além disso, animais doentes devem ser separados dos animais saudáveis.
Em canis, a prevenção será, principalmente, por meio de isolamento dos animais doentes, higienização de equipamentos e instrumentos de uso constante e compartilhado por animais, ventilação adequada e a desinfecção com o hipoclorito de sódio.
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Oi gente!
Tentem descobrir o diagnóstico da gatinha Felicia! (Clique na foto)
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Quinta-feira, 12/04/2012.
Espécie: canina
Sexo: fêmea
Raça: boxer
Idade: 6 meses
Nome: Flika
Peso: 20kg
FC: 110bpm Mucosas: normocoradas Vacinação: em dia Temperatura: 38.3°C
TPC: <2s Temperamento: dócil Vermifugação: em dia Fezes e urina: normais
Ectoparasitas: não Estado corpóreo: normal Hidratação: normal Alimentação: Ração
(normodipsia e normorexia)
Queixa principal: "Ela se coça até sangrar e os pelos estão caindo"
O primeiro sinal clínico, segundo a proprietária foi o aparecimento de uma lesão alopécica e com bordos irregulares, na região da articulação úmero-rádio-ulnar. Logo após a proprietária relatou que as lesões apareceram na face e pescoço e, nesse momento, tratou com a administração de Nebacetin® pomada nas áreas afetadas, obtendo melhora clínica. Alguns dias depois, as lesões tornaram-se generalizadas e o animal passou a apresentar muito prurido. A proprietária relatou que conseguia sentir por todo o corpo do animal pequenas elevações de pele, como se fossem "bolinhas". Levou ao veterinário e passou a tratar com cefalexina, a cada 12 horas, por 10 dias. Com o tratamento, relatou que houve melhora do prurido mas que, assim que parou de administrar o medicamento, as lesões retornaram. Procurou o veterinário, mais uma vez, sendo prescrito tratamento com cetoconazol, via oral, comprimidos de 200mg, 1 comprimido a cada 24 horas, aliado ao banho, a cada 7 dias, com shampoo à base de miconazol. Após duas semanas de tratamento, sem muito êxito, a proprietária levou o cão ao HV-UFMS.
Ao exame físico o animal apresentava áreas irregulares de alopecia de forma generalizada, hiperqueratose, hiperpigmentação e algumas áreas eritematosas, pústulas, pápulas e seborréia. A face era um dos locais mais afetados, onde foram observados traumatismos auto-induzidos, pústulas e sangue. A região interdigital apresentava-se bastante atingida com a presença de espessamento cutâneo, eritema, edema e certa dor à palpação.
Diante do exposto: Qual é a sua suspeita clínica?? (Resposta: dia 14/04- qualquer dúvida estamos à disposição!)
OBS: As fotos foram postadas mediante autorização do proprietário e não deverão ser utilizadas para outros fins.
TRATAMENTO:
Depende do caso, do proprietário e da preferência do veterinário mas é basicamente:
1-Amitraz
2-Lactonas macrocíclicas, principalmente a ivermectina.
3-Castração: recomendada sempre.
1-A piodermite secundária deve ser tratada em qualquer caso. Escolhendo-se o amitraz, este poderá ser utilizado na forma spot on ou na forma de banhos após a realização da diluição do produto (2 a 4 mL em 1L de água, não esquecendo de deixar secar na sombra. Banhos realizados a cada 3 dias).
Ef.eitos colaterais são possíveis como bradicardia, letargia, hipotermia e hiperglicemia.
2-Ivermectina via oral:
0,2 a 0,6mg/kg a cada 24 horas, durante 30 dias. Realiza-se raspado de pele e, em caso de negativo, segue-se com o tratamento por mais 15 dias. Um novo raspado de pele é realizado e, em caso de resultado negativo, trata-se por mais 15 dias.
Este é o tratamento básico mas existem outras maneiras e detalhes. Qualquer dúvida estamos à disposição.
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Espécie: Felina
Raça:SRD
Idade:3 meses
Sexo: macho
Nome: Neymar
Queixa principal: "Tudo que come vomita".
O exame físico não revelou alteração significativa dos parâmetros fisiológicos porém o estado corporal do animal era magro e apresentava-se apático.
A proprietária relatou basicamente que, apesar do interesse do animal pelo alimento, episódios de êmese eram frequentes minutos após a ingestão de alimento, tanto sólido como pastoso.
O animal foi encontrado na rua e, desde então, a proprietária relatou que tal fato era recorrente.
Diante do exposto e com base nos achados radiográficos abaixo:
Sendo assim, foi diagnosticado megaesôfago.
O megaesôfago é um distúrbio onde ocorre dilatação do esôfago e a mobilidade deste encontra-se diminuída ou ausente, gerando retenção alimentar e, consequentemente, regurgitações frequentes ("Vômitos" como a proprietária relatou).
O megaesôfago congênito é detectado no animal desde os primeiros meses de vida, geralmente logo após o desmame.
O tratamento recomendado consiste no fornecimento do alimento pastoso várias vezes ao dia, em intervalos regulares, e em pequenas quantidades.
Outra recomendação é colocar o alimento em um nível superior, que ultrapasse a altura do animal e, assim, o alimento descerá ao estômago por força gravitacional.
O prognóstico é reservado a mau, já que alguns animais respondem bem enquanto outros apresentam regurgitação grave e/ou aspiração, sendo a pneumonia por aspiração a causa principal de óbitos.
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espécie: felina
raça: siamês
idade: 7 anos
"O animal apresentou inicialmente prurido na região externa do pavilhão auricular, em seguida formou-se uma lesão circular, com exsudato translúcido e sanguinolento e áreas de alopecia. Foi submetido a um protocolo para ferida, realizando assepsia com clorexidine e solução fisiológica e aplicação tópica de rifocina, além de manter o animal com o colar elizabetano, porém após um mês de tratamento a ferida não cicatrizava e a lesão apresentava aumentada. Diante do quadro evolutivo da lesão o animal foi levado para consulta no Hospital Veterinário do DMV da UFRPE, onde foi solicitado raspado de pele e cultura de fungo da região afetada e enviado ao Laboratório de Doenças Infecciosas para análise. Os procedimentos laboratoriais foram realizados e consistiram no exame microscópico direto, onde uma amostra pequena de pêlos e escamas recebe, sobre uma lâmina de vidro, uma a duas gotas de solução de hidróxido de potássio a 20%, coberta por uma lamínula e é levada ao microscópio para a verificação da presença ou não de esporos e hifas. Em seguida realizou a cultura em ágar Sabouraud, onde amostras de pêlos e escamas são colocados sobre a placa.contendo o meio de cultura. Após sete dias de incubação em temperatura ambiente, faz-se a coleta de amostras da colônia que se desenvolveu na placa e a colocamos em uma lâmina de vidro contendo uma a duas gotas de azul de metileno, levando-a ao microscópio. Através deste método é possível identificar o tipo de dermatófito responsável pela infecção.
No exame microscópico direto o resultado foi positivo, observando-se a presença de artrósporos. Na
pesquisa através da cultura em ágar Sabouraud não foi possível isolar o microrganismo nos dois exames realizados. O tratamento instituído foi com aplicação tópica de pomada com cetoconazol 20mg/g duas vezes ao dia. Após 10 dias o animal não apresentou melhora e a região da cabeça encontrava com áreas de alopecia. Então foi acrescentado o antifúngico Itraconazol na dose de 7,2 mg/Kg, por via oral, a cada 24 horas e solução de cetoconazol à 2% e clorexidine a 2% por aplicação tópica. O animal apresentou acentuada melhora dos sintomas com redução das lesões da pele e pelagem. Após 30 dias de tratamento ocorreu crescimento dos pêlos na região afetada e melhora das lesões. O tratamento foi prorrogado por mais 30 dias. Após 60 dias houve o desaparecimento das lesões, o crescimento dos pelos e o animal recebeu alta."
Referência: CAMPOS, G.M. et al. Dermatofitose em felino: relato de caso. Acessado em 05/05/12 http://www.sigeventos.com.br/jepex/inscricao/resumos/0001/R0378-3.PDF
A maioria das infecções é causada por Microsporum canis, M. gypseum e Trichophyton mentagrophytes. A transmissão da doença ocorre por transmissão direta (animal para animal) ou indireta (solo, fômites, instalações contaminadas, etc) de conídios que germinam em hospedeiros sensíveis, geralmente animais jovens, imunossuprimidos ou idosos. É uma doença crônica e afeta tecidos ceratinizados da pele. As lesões podem ser localizadas ou generalizadas, circulares ou irregulares, com descamação variável e, geralmente, não há prurido, se presente é discreto e poderá ser por consequência de infecções bacterianas secundárias. Poderá haver eritema, pápulas, crostas, seborréia, piodermite secundária, quérions (forma nodular eruptiva) entre outros.
O diagnóstico poderá ser realizado com o uso da lâmpada de Wood, tricograma, cultura fúngica (mais confiável) ou biópsia e histopatologia da pele.
Formas de tratamento:
Tópico: pomadas ou cremes com cetoconazol, clotrimazol, miconazol, terbinafina, entre outros.
Sistêmico: Itraconazol, Cetoconazol, Terbinafina, Griseofulvina, Lufenuron (o último geralmente sem efeito).
Todos os animais mantidos em contato, mesmo que assintomáticos, devem ser tratados.
Prognóstico geralmente é bom.
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Minha suspeita seria Sarna demodécica,ate mesmo por ser da raça boxer q tem uma certa tendencia,faria um raspado para confirmar e tambem uma PAAF de linfonodo e/ou sorologia p Leishmania,que nao se pode descartar e pode ser inclusive a causa da queda de imunidade que desencadeou a sarna!
ResponderExcluirOi Anna!
ResponderExcluirRealmente, fizemos o raspado de pele profundo e encontramos várias fases do ácaro!
Obrigada por participar!
Podemos discutir sobre o tratamento! O que vocês fariam?