Qual é o seu diagnóstico?





Oi gente!


Para acessar o caso completo clique na figura abaixo:





A lipidose hepática é a hepatopatia mais comum em felinos, caracterizada pelo acúmulo de triglicerídeos no órgão e, assim, colestase e disfunção dos hepatócitos. Esta ocorre quando o excesso de lipídios é mobilizado paro o fígado devido à inanição e o número de lipídios que se movimentam em direção ao fígado se torna superior ao número de lipídios que deixam o fígado. Fatores predisponentes são: obesidade, fatores estressantes e anorexia prolongada.
Pode ser primária, ocorrendo geralmente em gatos obesos e estressados, como por exemplo: mudança brusca da alimentação, viagem de proprietários, introdução de um novo animal na casa, dentre outros.
Poderá também ser secundária a outras doenças como diabetes mellitus, pancreatite, doença  inflamatória intestinal e colangio-hepatite. Os sinais e achados clínicos consistem em anorexia, emagrecimento progressivo, depressão e hepatomegalia acompanhada de aumentos dos níveis séricos das enzimas hepáticas e bilirrubinas.


O diagnóstico pode ser realizado pela avaliação clínica e laboratorial e pelo diagnóstico por imagem, em conjunto com biópsia hepática. O tratamento de escolha consiste na estabilização do quadro clínico,já que geralmente os animais encontram-se muito debilitados e alimentação apropriada, com nutrientes de fácil digestão e absorção, evitando sobrecarga do fígado.A taxa de mortalidade é de 90% nos gatos que não são tratados com terapia nutricional agressiva e adequada.

Para maiores informações: 





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08/06/12


Olá pessoal!

Encontrei um relato de caso da UFRGS. Como a patologia em questão gerou algumas dúvidas no dia da resolução dos exercícios antes da prova achei legal colocar no blog.
Para acessar o relato completo: http://www6.ufrgs.br/bioquimica/casoclin/2011106.pdf




O desvio portossistêmico congênito se caracteriza por comunicações vasculares entre o sistema venoso portal e o sistêmico. Assim, o sangue portal atinge a circulação sanguínea sem antes ocorrer sua passagem pelo fígado. Dessa maneira, como uma das funções do fígado consiste em captar, transformar e eliminar substâncias tóxicas, alguns dos sinais clínicos prováveis serão caracterizados por encefalopatia hepática, que consistem em alteração do estado mental e disfunção neurológica. A principal substância envolvida nesse processo é a amônia pois, uma vez que haja hepatopatia ou alteração funcional do órgão, este não será capaz de reverter a amônia em uréia. Sendo assim, já que a amônia é uma substância tóxica e encontra-se aumentada no sangue, esta e outras substâncias serão expostas ao córtex cerebral e desencadearão alterações neurológicas importantes.

Animais com desvio portossistêmico congênito geralmente apresentam os sinais clínicos até 1 ano de idade, podendo haver variações. A primeira consequência será a redução hepática progressiva devido à diminuição do aporte sanguíneo para o órgão. Sinais clínicos podem ser caracterizados por: bradicardia, emagrecimento progressivo, febre, intolerância a anestésicos e tranquilizantes, disfunção neurológica como letargia, depressão, apatia, ataxia, debilidade, andar em círculos, cegueira, convulsões e coma.

Para maiores informações:
http://www.revista.inf.br/veterinaria11/revisao/edic-vi-n11-RL87.pdf





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05/06/12

Relato de caso:
"Foi encaminhado ao Hospital Veterinário FAMED/FAEF  um cão da raça Akita, sexo feminino, 12 anos de idade ,apresentando prostração e choque. De acordo com o responsável pelo setor o animal se encontrava em decúbito lateral e apresentava exaustão muscular e apatia. Ao exame físico observou-se aumento abdominal, dispnéia, percussão abdominal com som timpânico e mucosas hipocoradas"

Referência: RIBEIRO,L. et al. SÍNDROME DA DILATAÇÃO VÓLVULO GÁSTRICA EM CÃES –  

RELATO DE CASO. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, ano VIII, n.15, 2010.

Diagnóstico:

"O diagnóstico definitivo foi realizado através de exame complementar com raio-X abdominal em projeção latero-lateral esquerdo. Neste foram encontrados achados sugestivos clássicos de dilatação vólvulo gástrica como distensão excessiva do estômago, caracterizado por área interna radioluscente mais compartimentação por tecido mole". É importante lembrar que tal procedimento deve ser realizado após estabilização do quadro clínico do animal. Juntamente com o raio-X também foi solicitado hemograma. Os principais achados foram número de plaquetas 30.000/ul e presença de neutrófilos com granulações tóxicas e macroplaquetas. 

Tratamento:
"Diante a constatação da patologia o primeiro procedimento realizado foi a descompressão do estômago por intubação orogástrica para remover gases e fluido. Foi instituído juntamente com a descompressão, fluidoterapia com cristaloides e terapia com corticoides (hidrocortisona na dose de 50 mg/kg) e antibioticoterapia (metronidazol na dose  de 25mg/kg). Terminado os procedimentos de emergência o animal foi encaminhamento à cirurgia. Durante a cirurgia, após o reposicionamento anatômico do estômago e estruturas adjacentes, foi possível verificar as condições clínicas destas".


A síndrome da dilatação vôlvulo-gástrica é caracterizada pela distensão exagerada do estômago, podendo resultar em atonia gástrica devido à sobrecarga de gases e líquido, o que pode gerar um quadro de rotação do órgão em seu próprio eixo. Dependendo do grau de rotação existente, bem como do tempo transcorrido até a detecção da patologia e o tratamento, o animal pode vir a óbito.Afeta principalmente cães adultos de grande porte como Dogue Alemão, Pastor Alemão, Setter Irlandês, São Bernardo, Dobermann, Boxer, Sheepdog e Labrador Retriever) podendo haver alta taxa de mortalidade.
Os principais sinais clínicos da DVG são distensão abdominal e timpanismo, náusea, ânsia de vômito não produtiva, depressão, sialorréia, inquietação e angústia respiratória. O exame físico revela distensão abdominal com som timpânico, achados indicativos de hipovolemia ou choque, bradicardia, pulso femoral
fraco, menor tempo de preenchimento capilar, palidez de mucosa e dispneia


As causas dessa síndrome incluem conformação corporal magra, ingestão rápida de grandes volumes de comida e água além de  fornecimento de uma única refeição diária seguidos de exercício e estresse pós prandiais e oferecimento de rações de má qualidade (secas e com muito material fibroso).

O alimento presente no estômago, principalmente se em grandes quantidades e armazenado no interior do órgão por período prolongado, pode gerar alteração na digestão bacteriana e fermentação excessiva, causando acúmulo de gases e/ou líquido. A rotação do estômago causa obstrução do fluxo sanguíneo em maior ou menor grau o que contribui para o aumento do acúmulo de líquidos no órgão além de causar diminuição do aporte sanguíneo e consequente necrose tecidual, caracterizada por desvitalização do órgão. A progressiva distensão gasosa gera compressão das veias cava caudal e veia porta, o que diminui o fluxo venoso e o débito cardíaco, acarretando em hipotensão arterial e decréscimo na função renal, resultando em desidratação aguda, septicemia bacteriana, choque circulatório, arritmias cardíacas, perfuração gástrica, peritonite e morte.

Após a cirurgia, devido à Síndrome da reperfusão (quando ocorre a liberação de toxinas na corrente sanguínea após a descompressão e desobstrução de vasos) deverá haver monitoração severa de arritmias
cardíacas, teores séricos de eletrólitos, proteína total e produção de urina. A motilidade gastrointestinal deve ser estimulada e protetores de mucosa devem ser administrados. Podem-se oferecer pequenas quantidades de água e alimentos pobres em gorduras dentro de 24 a 48 horas e a fluidoterapia deve ser mantida até total restabelecimento do consumo hídrico. O prognóstico é de razoável a bom quando não há indicação de gastrectomia parcial ou esplenectomia.







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Olá pessoal, boa noite!


"Um cão macho, sem raça definida, 1 ano de idade com histórico de dificuldade respiratória, tosse após agitação e ao tossir vomitava. Animal se alimenta apenas de ração, era vermifugado e vacinado corretamente e não tinha acesso à rua. Ao exame físico todos os parâmetros estavam dentro da normalidade, e o reflexo de tosse foi positivo. Foi coletado sangue para hemograma, no qual não havia nenhuma alteração".

O caso foi basicamente o exposto acima. Sendo assim, o diagnóstico estabelecido pelos veterinários responsáveis foi "Tosse dos canis" ou traqueobronquite infecciosa canina.


Referência: Suzuki, E.Y.; Penha, G.A.; Salvarani, R.S. Traqueobronquite infeccciosa canina-relato de caso. Revista científica eletrônica de Medicina Veterinária, n.11, ano VI, 2008.

A doença em questão é uma enfermidade que acomete o trato respiratório de cães, sendo causada por  múltiplos agentes como: 

Bordetella bronchiseptica.
 Vírus da parainfluenza canina (VPIC)
 Adenovírus caninos dos tipos 1 e 2 (AVC-1 e AVC-2)
 Herpesvírus canino
 Reovírus caninos dos tipos 1, 2 e 3
Mycoplasma



É uma doença sazonal e altamente contagiosa, ocorrendo mais frequentemente em meses frios, que se dá por meio do contato direto ou indireto entre os cães, por meio de aerossóis e fômites, como gaiolas, comedouros, bebedouros, entre outros. Dessa maneira, torna-se muito mais frequente em locais onde há aglomeração de animais como exposições, feiras, abrigos para animais, pet shop e clínicas veterinárias.

O exame físico não apresenta nenhuma alteração digna de nota e a tosse pode ser facilmente induzida manipulando-se a traquéia. 

Os sinais clínicos podem ocorrer em qualquer faixa etária e baseiam-se em duas formas principais:

1-Forma suave: É a forma mais comum e é caracterizada por início súbito e agudo da tosse, que é curta, contínua e seca, podendo apresentar-se mais frequentemente durante exercício físico ou excitação. Pode ocorrer descarga nasal serosa, suave e não há febre. Outras alterações comportamentais não são observadas.

2- Forma severa: A ocorrência dessa forma é mais difícil e é geralmente causada por infecção mista em cães jovens que não foram vacinados. Nesse caso, pode haver broncopneumonia bacteriana, o que agrava o quadro. Assim, a tosse passa a ser produtiva e são observados sinais de anorexia, depressão e febre.

Os sinais clínicos podem durar de 7 a 14 dias exceto em animais que apresentam a forma incomum e severa da doença. Este último caso pode ser fatal.

O diagnóstico clínico baseia-se na anamnese e sinais clínicos. Exames adicionais como hemograma, radiografias e citologias das vias aéreas revelam, geralmente, sinais inespecíficos.

O tratamento depende da forma da doença:
1-Forma suave – como esta forma é tipicamente autolimitante em 7 a 14 dias, geralmente não é preconizado nenhum tratamento específico.
2-Forma severa – como o envolvimento do trato respiratório inferior pode ser fatal, trate agressivamente quanto a broncopneumonia bacteriana e evite antitussígeno.

Assim, o tratamento pode ser realizado visando suprimir a irritação das vias aéreas e a tosse, caso ela seja improdutiva. Nesse caso, é recomendado o uso da codeína, presente na composição de muitos xaropes. Antibioticoterapia poderá ser realizada em casos severos ou na prevenção de infecção secundária como: Cloranfenicol, Tetraciclina e Amoxiciclina. Poderão ser utilizados broncodilatadores como terbutalina e aminofilina.

A prevenção pode ser feita por meio da vacinação. A vacinação contra a tosse dos canis está na lista de vacinas não essenciais, ou seja, é indicada para cães cuja localização, ambiente doméstico ou estilo de vida os coloca em risco de contrair infecções específicas. Assim, o procedimento é indicado para animais que vivem em meios aglomerados, que são levados frequentemente para pet shops ou que participam de feiras ou exposições. A vacinação intranasal induz imunidade local (pela produção de IgA) e sistêmica e não se verifica interferência com os anticorpos maternos, mas poderá haver ocorrência de reações adversas como tosse e secreção nasal alguns dias após a aplicação. A vacinação parenteral, apesar de só induzir imunidade sistêmica, não causa reações adversas. A vacinação contra a doença em questão induz proteção de mais curta duração (3 meses a 1 ano)

Além disso, animais doentes devem ser separados dos animais saudáveis.

Em canis, a prevenção será, principalmente, por meio de isolamento dos animais doentes, higienização de equipamentos e instrumentos de uso constante e compartilhado por animais, ventilação adequada e a desinfecção com o hipoclorito de sódio.



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Oi gente!




Tentem descobrir o diagnóstico da gatinha Felicia! (Clique na foto)


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Quinta-feira, 12/04/2012.


Espécie: canina
Sexo: fêmea
Raça: boxer
Idade: 6 meses
Nome: Flika
Peso: 20kg

FC: 110bpm                Mucosas: normocoradas           Vacinação: em dia              Temperatura: 38.3°C
TPC: <2s                     Temperamento: dócil                Vermifugação: em dia          Fezes e urina: normais
Ectoparasitas: não        Estado corpóreo: normal           Hidratação: normal              Alimentação: Ração
                                                                                                                               (normodipsia e  normorexia)


Queixa principal: "Ela se coça até sangrar e os pelos estão caindo"

O primeiro sinal clínico, segundo a proprietária foi o aparecimento de uma lesão alopécica e com bordos irregulares, na região da articulação úmero-rádio-ulnar. Logo após a proprietária relatou que as lesões apareceram na face e pescoço e, nesse momento, tratou com a administração de Nebacetin® pomada nas áreas afetadas, obtendo melhora clínica. Alguns dias depois, as lesões tornaram-se generalizadas e o animal passou a apresentar muito prurido. A proprietária relatou que conseguia sentir por todo o corpo do animal pequenas elevações de pele, como se fossem "bolinhas". Levou ao veterinário e passou a tratar com cefalexina, a cada 12 horas, por 10 dias. Com o tratamento, relatou que houve melhora do prurido mas que, assim que parou de administrar o medicamento, as lesões retornaram. Procurou o veterinário, mais uma vez, sendo prescrito tratamento com cetoconazol, via oral, comprimidos de 200mg, 1 comprimido a cada 24 horas, aliado ao banho, a cada 7 dias, com shampoo à base de miconazol. Após duas semanas de tratamento, sem muito êxito, a proprietária levou o cão ao HV-UFMS.
Ao exame físico o animal apresentava áreas irregulares de alopecia de forma generalizada, hiperqueratose, hiperpigmentação e algumas áreas eritematosas, pústulas, pápulas e seborréia. A face era um dos locais mais afetados, onde foram observados traumatismos auto-induzidos, pústulas e sangue. A região interdigital apresentava-se bastante atingida com a presença de espessamento cutâneo, eritema, edema e certa dor à palpação.


Diante do exposto: Qual é a sua suspeita clínica?? (Resposta: dia 14/04- qualquer dúvida estamos à disposição!)




OBS: As fotos foram postadas mediante autorização do proprietário e não deverão ser utilizadas para outros fins.


TRATAMENTO:


Depende do caso, do proprietário e da preferência do veterinário mas é basicamente:


1-Amitraz
2-Lactonas macrocíclicas, principalmente a ivermectina.
3-Castração: recomendada sempre.




1-A piodermite secundária deve ser tratada em qualquer caso. Escolhendo-se o amitraz, este poderá  ser utilizado na forma spot on ou na forma de banhos após a realização da diluição do produto (2 a 4 mL em 1L de água, não esquecendo de deixar secar na sombra. Banhos realizados a cada 3 dias).
Ef.eitos colaterais são possíveis como bradicardia, letargia, hipotermia e hiperglicemia.


2-Ivermectina via oral:
0,2 a 0,6mg/kg a cada 24 horas, durante 30 dias. Realiza-se raspado de pele e, em caso de negativo, segue-se com o tratamento por mais 15 dias. Um novo raspado de pele é realizado e, em caso de resultado negativo, trata-se por mais 15 dias.


Este é o tratamento básico mas existem outras maneiras e detalhes. Qualquer dúvida estamos à disposição.


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Espécie: Felina
Raça:SRD
Idade:3 meses
Sexo: macho


Nome: Neymar

Queixa principal: "Tudo que come vomita".


O exame físico não revelou alteração significativa dos parâmetros fisiológicos porém o estado corporal do animal era magro e apresentava-se apático.

A proprietária relatou basicamente que, apesar do interesse do animal pelo alimento, episódios de êmese eram frequentes minutos após a ingestão de alimento, tanto sólido como pastoso.

O animal foi encontrado na rua e, desde então, a proprietária relatou que tal fato era recorrente.

Diante do exposto e com base nos achados radiográficos abaixo:

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Sendo assim, foi diagnosticado megaesôfago.

O megaesôfago é um distúrbio onde ocorre dilatação do esôfago e a mobilidade deste encontra-se diminuída ou ausente, gerando retenção alimentar e, consequentemente, regurgitações frequentes ("Vômitos" como a proprietária relatou).
O megaesôfago congênito é detectado no animal desde os primeiros meses de vida, geralmente logo após o desmame.

O tratamento recomendado consiste no fornecimento do alimento pastoso várias vezes ao dia, em intervalos regulares, e em pequenas quantidades.
Outra recomendação é colocar o alimento em um nível superior, que ultrapasse a altura do animal e, assim, o alimento descerá ao estômago por força gravitacional.

O prognóstico é reservado a mau, já que alguns animais respondem bem enquanto outros apresentam regurgitação grave e/ou aspiração, sendo a pneumonia por aspiração a causa principal de óbitos.

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espécie: felina
raça: siamês
idade: 7 anos


"O animal apresentou inicialmente  prurido  na região  externa do pavilhão auricular,  em seguida formou-se uma lesão circular, com exsudato translúcido e sanguinolento e áreas de alopecia. Foi submetido a um protocolo para ferida, realizando assepsia com clorexidine e solução fisiológica e aplicação tópica de rifocina, além de manter o animal com o colar elizabetano, porém após um mês de tratamento a ferida não cicatrizava e a lesão apresentava aumentada. Diante do quadro evolutivo da lesão o animal foi levado para consulta no Hospital Veterinário do DMV da UFRPE, onde foi solicitado raspado de pele e cultura de fungo da região afetada e  enviado ao Laboratório de Doenças Infecciosas para análise. Os procedimentos laboratoriais foram realizados e consistiram no exame microscópico direto, onde uma amostra pequena de pêlos e escamas recebe, sobre uma lâmina de vidro, uma a duas gotas de solução de hidróxido de potássio a 20%, coberta por uma lamínula e é levada ao microscópio para a verificação da presença ou não de esporos e hifas. Em seguida realizou a cultura em ágar Sabouraud, onde amostras de pêlos e escamas são colocados sobre a placa.contendo o meio de cultura. Após sete dias de incubação em temperatura ambiente, faz-se a coleta de amostras da colônia que se desenvolveu na placa e a colocamos em uma lâmina de vidro contendo  uma a duas gotas de azul de metileno, levando-a ao microscópio. Através deste método  é possível identificar o tipo de dermatófito responsável pela infecção.


No exame microscópico direto o resultado foi positivo,  observando-se a presença de artrósporos. Na
pesquisa através da cultura em ágar Sabouraud não foi possível isolar o microrganismo nos dois exames realizados. O tratamento instituído foi com aplicação tópica de pomada com cetoconazol 20mg/g duas vezes ao dia. Após 10 dias o animal não apresentou melhora e a região da cabeça encontrava  com áreas de alopecia.  Então  foi acrescentado o  antifúngico Itraconazol na dose de 7,2 mg/Kg, por via oral, a cada 24 horas e solução de cetoconazol à 2% e clorexidine a 2% por aplicação tópica.  O animal apresentou acentuada melhora dos sintomas  com redução das lesões da  pele e pelagem.  Após 30 dias de tratamento ocorreu  crescimento  dos pêlos na região afetada e  melhora das lesões.  O tratamento foi prorrogado por mais 30 dias. Após  60 dias houve o desaparecimento das lesões,  o crescimento dos pelos e o animal recebeu alta."



Referência: CAMPOS, G.M. et al. Dermatofitose em felino: relato de caso. Acessado em 05/05/12 http://www.sigeventos.com.br/jepex/inscricao/resumos/0001/R0378-3.PDF

A maioria das infecções é causada por Microsporum canis, M. gypseum e Trichophyton mentagrophytes. A transmissão da doença ocorre por transmissão direta (animal para animal) ou indireta (solo, fômites, instalações contaminadas, etc) de conídios que germinam em hospedeiros sensíveis, geralmente animais jovens, imunossuprimidos ou idosos. É uma doença crônica e afeta tecidos ceratinizados da pele. As lesões podem ser localizadas ou generalizadas, circulares ou irregulares, com descamação variável e, geralmente, não há prurido, se presente é discreto e poderá ser por consequência de infecções bacterianas secundárias. Poderá haver eritema, pápulas, crostas, seborréia, piodermite secundária, quérions (forma nodular eruptiva) entre outros.
O diagnóstico poderá ser realizado com o uso da lâmpada de Wood, tricograma, cultura fúngica (mais confiável) ou biópsia e histopatologia da pele.

Formas de tratamento:
Tópico: pomadas ou cremes com cetoconazol, clotrimazol, miconazol, terbinafina, entre outros.
Sistêmico: Itraconazol, Cetoconazol, Terbinafina, Griseofulvina, Lufenuron (o último geralmente sem efeito).
Todos os animais mantidos em contato, mesmo que assintomáticos, devem ser tratados.

Prognóstico geralmente é bom.

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2 comentários:

  1. Minha suspeita seria Sarna demodécica,ate mesmo por ser da raça boxer q tem uma certa tendencia,faria um raspado para confirmar e tambem uma PAAF de linfonodo e/ou sorologia p Leishmania,que nao se pode descartar e pode ser inclusive a causa da queda de imunidade que desencadeou a sarna!

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  2. Oi Anna!
    Realmente, fizemos o raspado de pele profundo e encontramos várias fases do ácaro!
    Obrigada por participar!
    Podemos discutir sobre o tratamento! O que vocês fariam?

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